A discussão sobre sustentabilidade e clima deixou de ser um tema exclusivo de ativistas e grandes corporações. Com a realização da COP30 no Brasil, o debate sobre as práticas ESG (Ambiental, Social e Governança) se consolidou como o novo pilar da economia global. Para o lojista, empreendedor e seller, ignorar essa pauta não é mais uma opção: é um risco estratégico que pode custar a sobrevivência do seu negócio no futuro.

O ComEcomm entende que a nova realidade do comércio eletrônico exige uma visão de longo prazo. Quem não se adaptar à agenda ESG corre o risco de ficar para trás, não apenas por questões de imagem, mas por competitividade e acesso ao mercado.

ESG é Estratégia e Economia, Não Apenas Sustentabilidade

 

É comum que o lojista associe ESG apenas ao pilar Ambiental (E), pensando em embalagens recicláveis. No entanto, a verdadeira revolução está na compreensão de que ESG é, acima de tudo, gestão de risco e eficiência financeira.

  • Risco de Reputação: O consumidor moderno, especialmente no Brasil, valoriza a sustentabilidade. Estudos indicam que a maioria dos consumidores brasileiros pagaria mais por um produto de uma marca transparente sobre suas práticas. A falta de transparência ou o greenwashing (falsa sustentabilidade) se tornam riscos de reputação imediatos.
  • Eficiência Operacional: Práticas ESG levam à otimização de recursos. Reduzir o desperdício de embalagens, otimizar rotas de entrega e usar energia limpa não são apenas ações ambientais; são cortes de custos que impactam diretamente a margem de lucro.
  • Governança (G): A ética na gestão de dados e a transparência nas relações com fornecedores (pilar Social e Governança) são cruciais para a longevidade do negócio e para evitar multas e escândalos.

O Impacto Duplo: B2C e a Pressão do B2B

A necessidade de adotar práticas ESG atinge o e-commerce em duas frentes cruciais:

  1. B2C: O Consumidor Exigente

O consumidor final está usando o ESG como um filtro de compra. A decisão de compra não se baseia apenas em preço e prazo, mas em:

  • Embalagem: O material é reciclável?
  • Rastreabilidade: De onde veio o produto? A cadeia de suprimentos é ética?
  • Propósito: A marca se posiciona em causas sociais relevantes?

Para o lojista, a falta de um discurso ESG claro e autêntico se traduz em perda de market share para concorrentes mais conscientes.

  1. B2B: O Bloqueio Comercial

Esta é a parte mais crítica para o futuro do e-commerce. A tendência é que grandes marketplaces, hubs logísticos e fornecedores passem a exigir práticas ESG de seus parceiros (os lojistas e sellers).

Se a sua loja não puder comprovar a origem ética dos produtos ou o descarte correto das embalagens, ela pode ser bloqueada de vender nas grandes plataformas ou de fechar contratos com grandes players de logística. A falta de ESG se torna um bloqueio comercial na cadeia de suprimentos.

A Agenda COP30 e o E-commerce na Prática

A COP30, sediada no Brasil, ampliou o foco global sobre a Amazônia e a bioeconomia, trazendo a urgência climática para o centro dos negócios. O e-commerce, por sua natureza logística e de consumo de embalagens, é um dos setores mais impactados.

Onde o Lojista Pode Começar:

  • Logística Verde: Otimizar rotas de entrega para reduzir a emissão de carbono. Empresas de logística já estão investindo em rotas de frete com zero emissão, e o lojista deve priorizar esses parceiros.
  • Embalagens Inteligentes: Reduzir o volume de embalagem e migrar para materiais reciclados ou compostáveis. A ABRE (Associação Brasileira de Embalagem), por exemplo, está na COP30 defendendo a circularidade das embalagens como elemento central para a economia de baixo carbono.
  • Transparência: Usar a página do produto para informar sobre a origem, o material e o impacto social daquele item.

Cases de Ativação: Acelerando a Conexão

Marcas que se posicionam de forma autêntica durante eventos como a COP30 ganham a confiança do consumidor.

  • Ypê: Lançou a campanha “Plante o futuro com a gente”, prometendo o plantio de uma árvore a cada Amaciante Concentrado Green Ypê vendido. É um exemplo de como conectar a venda de um produto diretamente a um impacto ambiental mensurável.
  • TikTok: Lançou a campanha “Refloresta com Gil”, convidando usuários a publicar vídeos com áudio oficial para contribuir com o plantio de árvores. É um exemplo de como usar a plataforma digital para gerar mobilização e impacto social de forma leve e engajadora.

Esses exemplos mostram que a ativação ESG não precisa ser cara ou complexa, mas deve ser coerente com o propósito da marca.

Conclusão: O Próximo Passo é Agir

O e-commerce está em constante evolução, e a agenda ESG já uma tendência em constante evolução. Para o lojista, o momento de agir é agora.

Não espere a exigência do marketplace ou a cobrança do consumidor. Comece com pequenos passos: audite suas embalagens, revise seus fornecedores e seja transparente com seu cliente.

O ComEcomm está aqui para guiar você nessa jornada. A nova economia da reputação já começou, e o seu lugar é na vanguarda.

Qual a sua primeira ação ESG para 2026? Compartilhe nos comentários!