Participante do Comitê de Líderes de E-commerce (ComEcomm) de Ribeirão Preto (SP), Juliana, fala sobre como o comércio eletrônico impacta a Giog Joias
Era 2016 quando Juliana Vinha, então recém-formada em administração pública, junta-se à irmã Giovanna e passa a se dedicar à Giog Joias – loja que tem o comércio eletrônico enquanto pilar. O e-commerce acompanhou e estimulou o crescimento da iniciativa, tanto que as irmãs fazem parte da unidade de Ribeirão Preto (SP) do ComEcomm desde o ano da criação do comitê. Na entrevista que se segue, Juliana, Diretora de E-commerce, fala sobre compras e vendas virtuais, assim como dá dicas para profissionais da área. Confira.
Quem é Juliana Vinha?
Faço parte do grupo de corajosos que empreendem neste país. Tenho 28 anos, sou do signo de áries e me considero a doida das compras (e vendas) na internet. Prazer, Juliana.
Qual a sua experiência acadêmica e profissional?
Sou formada em administração pública pela Universidade Estadual de São Paulo (Unesp). Apesar do foco no setor público, foi na faculdade que me aproximei do empreendedorismo. Além de projetos extracurriculares, o meu primeiro contato com vendas on-line se deu devido ao fato de eu precisar, naquele momento, de mais dinheiro. Por isso, comecei a vender roupas em grupos de brechó no Facebook. Mal sabia que as vendas pela internet seriam, um ano depois, o meu negócio principal.

Como e quando surgiu a Giog Joias?
Com 21 anos, em 2016, eu já estava formada e não sabia ainda o que faria. Surgiu, nessa época, uma oportunidade. A minha irmã Giovana vendia joias em ouro 18K na internet desde 2013 e pediu a minha ajuda para algumas atividades. Como sempre gostei de moda e tinha muita facilidade com redes sociais, acabei me encontrando nessa intersecção e decidimos profissionalizar a Giog, tendo um escritório, uma linha de semijoias e o nosso primeiro e-commerce.
De que maneira o e-commerce impacta o seu negócio?
A Giog tem o on-line em seu DNA. Nunca tivemos o desejo de ter uma loja física, por exemplo. O nosso foco e investimento se direcionam para alcançar mais clientes, utilizando a tecnologia e a internet. Ao longo do tempo, a partir de aprendizados, fomos entendendo que era preciso estar em vários canais de venda (a famosa máxima: não colocar todos os ovos na mesma cesta), já que cada um atinge um determinado público e uma certa localização. Hoje, estamos em oito lugares: no nosso site (www.giogjoias.com.br), no Mercado Livre, na Americanas, na Via Varejo, no Magalu, na Amazon, no Shopee e por meio do WhatsApp.
De acordo com dados da Neotrust (em parceria com o ComEcomm), o setor de moda e acessórios foi, em 2021, o que mais faturou no âmbito do comércio eletrônico – tanto em São Paulo (capital) quanto na região de Ribeirão Preto, lugar onde está a Giog Joias. Como foi o ano de 2021 para a sua empresa? E mais: quais são os desafios de trabalhar em um e-commerce voltado para joias?
2021 foi o ano em que o período pandêmico mais impactou o nosso negócio. Depois do susto inicial em 2020, acredito que os consumidores entenderam que o on-line não seria apenas momentâneo, mas sim faria parte do dia a dia de todos. A retomada e a abertura no segundo semestre nos beneficiou bastante, uma vez que as pessoas começaram a comprar acessórios para sair. Além disso, ocorreu um boom dos marketplaces, plataformas que investiram em logística, como o full do Mercado Livre.
A concorrência virtual, porém, aumentou consideravelmente, posto que as lojas físicas tiveram que se reinventar com a digitalização. E aqui saliento um dos desafios que começamos a enfrentar: a mídia paga ficou mais cara – tanto no custo de aquisição de novos clientes quanto em estratégias de remarketing. O alcance orgânico das redes sociais também caiu e ficou mais difícil o engajamento. Por esses motivos, tivemos que fazer ações já com a nossa base de clientes: contratamos uma vendedora on-line, focada no WhatsApp e na fidelização dos consumidores.
Falando especificamente sobre o universo de joias, 90% do nosso público corresponde a mulheres. Sendo eu alguém que veio de uma família de cinco mulheres, sei como somos exigentes. Logo, as descrições, medidas e fotos precisam estar sempre completas. Também fomos entendendo, com a experiência, que era mais interessante ter menos skus (unidades de manutenção de estoque) e, desse jeito, conseguir ter mais qualidade ao anunciar os produtos.
Como está sendo 2022 para o seu empreendimento?
Consideramos que 2021 foi o ano de crescimento e 2022 está sendo o ano de amadurecimento e estabilização. Depois de dois anos de pandemia, com tantos desafios e mudanças, estamos focando em ter uma operação mais sólida. Para isso, estamos trabalhando em processos de integração com nossos canais de venda, dando início à importação de produtos, com a finalidade de termos escala e preços ainda mais atrativos para os nossos clientes. E, por falar em canais de venda, até agora o nosso maior destaque tem sido o Mercado Livre, o qual investe bastante no setor de moda e acessórios e traz promoções e anúncios na plataforma.
Como e quando você entrou no ComEcomm? De quais formas o comitê tem te auxiliado?
Entramos, Giovana e eu, no ComEcomm logo no primeiro ano de sua criação. Com certeza, fomos amadurecendo com o grupo. Fora as palestras, acredito que o networking é o que mais agrega à bagagem que temos construído. Já tomamos decisões relevantes na Giog baseadas em experiências e conselhos de outros membros, como a escolha da plataforma do nosso site e a estruturação da nossa equipe. O diferencial do comitê é reunir profissionais de operações pequenas, médias e grandes, o que faz com que a troca seja mais enriquecedora. Ter pessoas ao seu lado que podem te ajudar e te inspirar faz toda a diferença nessa caminhada on-line.
A partir da sua experiência, o que não pode faltar para um profissional do e-commerce?
Atualmente, não é mais exigido de um profissional do e-commerce uma graduação específica. Ele precisa, na verdade, ter conhecimentos técnicos, as chamadas hard skills, como dominar o Google Analytics. Mas, para mim, as soft skills são, a valer, o diferencial: é preciso ser curioso, ter uma ágil resolução de problemas e pensar fora da caixa.
Por exemplo: quando um bom profissional se depara com a pergunta “por que tal produto não está vendendo?”, desenvolve um raciocínio analítico em prol de identificar a resposta. Pode ser o preço, a falta de visitas, a descrição, a foto, o frete… Podem ser vários fatores.
Por fim, recomendo sempre se atualizar: muitas são as novidades no setor de marketing digital, das ferramentas empregadas às tendências do consumidor. E claro: nunca se esqueça de que a prática é a melhor das escolas.